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Machu Picchu – 14º Dia – Cusco

28/06/2011

O 14º dia foi o nosso primeiro dia de turismo puro, sem viagens, acidentes, apertos, nem nada “aventuresco”. Foi o nosso primeiro dia como turistas normais como todos os demais milhares de turistas em Cusco. E como bons turistas lá fomos nós “turistar” pela cidade.

The Point Hostel

Cusco em sua parte histórica é uma cidade realmente fantástica. Comopolitana, pode-se ver pessoas de todo o mundo em cada esquina. A começar do albergue onde ficamos. Era como um casarão antigo reformado, com várias áreas de convivência, jogos, um bar, bem daqueles que se vê nesses filmes americanos. Podia-se ouvir várias línguas sendo faladas ao mesmo tempo. Europeus eram maioria, mas foi impressionante a quantidade de brasileiros que vimos hospedados lá.

Saímos pela manhã na cidade afim de comprar um passeio turístico que pudéssemos fazer todos juntos. Luís e Robert já tinham ido a Machu Picchu, então deixaríamos este para o dia em que ambos fossem embora. Fomos em uma agência e compramos o City tour, um passeio que passa pelos principais pontos turísticos dentro de Cusco. O passeio seria na parte da tarde e fomos almoçar em um restaurante pra experimentar um prato típico da região: o Cuy.

Cuy nada mais é que porquinho da índia. Isso mesmo, aqueles animaizinhos que são usados pra estimação no mundo todo e parecem hamsters gigantes. No Peru eles são uma iguaria, vendidos nos restaurantes como o prato mais caro do cardápio, em torno de 40 pesos, o dobro da truta mais apetitosa que se pode ter. Bom, lá fomos nós encarar o prato típido da região.

Cuy

Na hora que o prato chegou, a cara de decepção do Robert foi hilária: “Nó cara, olha lá o bichin, tem dentinho, orelhinha…” Foi uma decepção só. Ninguém gostou do cuy. Pra mim, tem um gosto parecido com porco mesmo, mas bem pior e muito mais forte. Sorte que as guarnições que acompanhavam eram bem melhores.

Depois do almoço exótico fomos ao City tour. Foi bastante interessante. Conhecemos o Templo do Sol, uma praça de festas com ruínas incas, uma espécie de casa de funerais e o Templo da Água.  No meio do passeio, o Luís passa mal por causa da altitude novamente (mas tenho minhas dúvidas se não foi o Cuy…) e volta ao albergue mais cedo.

Praça de armas de Cusco

Templo do Sol. Na verdade a única parte Inca dessa fachada é esse muro curvado na frente.

A praça onde acontecem algumas festividades da cidade

Durante um desses passeios, me lembro de um guia falando do país e de suas riquezas, sua extração de prata, sua atividade econômica, e como grande parte do seu povo ainda sofre na miséria. Me lembrei dos dias atrás, onde andávamos quilômetros e víamos vilas e mais vilas na miséria total. Pelo que ele falava o povo peruano, ou pelo menos os mais informados, se sentem injustiçados por viverem em um país rico em recursos naturais e com o povo pobre. Mais ainda, ele falava muito na injustiça que foi a invasão espanhola: parece que o povo peruano considera que os europeus levaram sua cultura, sua riqueza, sua religião e tentou apagar do mapa tudo o que existia da civilização Inca. Apesar das grandes igrejas católicas que se erguiam imponentes em toda a cidade, existia um certo rancor contra a colonização.

Depois do passeio rumamos de volta ao albergue, mas não sem antes passar em uma rede de fastfood peruana! Depois do Cuy e dos dias e dias comendo polo, a gente clamava por um bom e velho hambúrguer, bem americano mesmo.

No fim do dia, o Robert teve de ir embora, pois já era a data da passagem de volta dele. Fomos para o bar do albergue, o Horny Llama. Tinha muita gente lá e a festa foi boa. O bar em si também tinha vários aspectos bacanas: uma das paredes era completamente preenchida com latas de red bull, e os garçons do local eram todos estrangeiros. Na parede do bar e em outras partes do albergue havia algumas placas onde se lia “Always Hiring”. Era uma prática comum do albergue contratar mochileiros temporariamente, provavelmente em troca de habitação, comida e uns trocados. No bar então sempre havia um gerente do próprio albergue, e todos os demais eram estrangeiros contratados temporariamente. Ingleses, espanhóis, alemães, brasileiros, cada garçon vinha de uma parte do mundo, além do DJ. Fora, é claro, os frequentadores, também com as mais diversas origens. Era um ambiente bem diferente dos nossos bares de BH.

Terminamos a noite no bar mesmo. No dia seguinte decidiríamos qual seria nosso último passeio turístico antes de Machu Picchu, no qual o Luís ainda nos acompanharia antes de partir de volta ao Brasil.

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